Para entender toda a história, proponho um olhar mais aguçado sobre o açúcar. A palavra “açúcar” vem do sânscrito “sankhara”, que significa areia e originou todas as outras versões nas línguas indo-européias: “sukkar” em árabe, “saccharum” em latim, “zucchero” em italiano, “sugar” em inglês, “zucker” em alemão…
Não se conhece direito a origem desse produto. Alguns dizem que é da Nova Guiné, outros afirmam que é da Ásia. Certo mesmo é que foram os chineses que fizeram as primeiras experiências para transformar o caldo da cana em açúcar sólido. Os persas desenvolveram novas técnicas de produção e espalharam esse conhecimento por todo o Oriente Médio, que tinha solo adequado para o plantio.
Alexandre o Grande introduziu o pó doce na Europa, onde se tornou artigo de luxo, reservado aos nobres e ao uso medicinal. Com terra fértil e determinação, os árabes transformaram a matéria-prima em riqueza, exportando-a para toda a Europa pelos portos venezianos. Esses pagavam caro pela mercadoria e regulavam o seu uso.
Enquanto no Oriente havia açúcar em abundância, o sal era escasso. Na falta deste, o açúcar virou condimento de todas as horas. Nessa época surgiram geléias e compotas. E também a deliciosa marmelada, que depois da invasão árabe nos reinos espanhol e português, se transformou em sobremesa e marca cultural da Península.
Não há nada mais espanhol do que servir membrillo com queijo, depois de uma boa comilança. Assim é chamada a marmelada em castelhano. Madri ainda conserva, no centro da cidade, uma loja dedicada à produção artesanal da iguaria. É cortada na hora e vendida por peso. Doce na medida certa, desmancha na boca. A fama é tão grande que atrai gente de todo o mundo. O Rei Juan Carlos faz encomendas periódicas. Ficou com vontade? Anote o endereço: Casa Mira, carrera de San Jeronimo 31 – Metro Sevilla, Centro Madrid
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